Áudio HR também tenta se reinventar

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Áudio HR também tenta se reinventar

Fabricantes lançam soluções para tirar melhor proveito da música digital gravada em alta resolução.

Caixas acústicas compactas e fones de ouvido foram, provavelmente, os produtos exibidos em maior quantidade na CES 2014. E isso tem uma explicação: a indústria descobriu que o consumidor, antes satisfeito com seu iPod e os fones descartáveis, está ficando mais exigente; a ordem agora é proporcionar melhor qualidade sonora, sem no entanto sacrificar a "grande conquista" da geração atual, que é a praticidade no uso diário dos aparelhos.

        Smartphones e tablets, além de substituir as câmeras fotográficas, estão ocupando também o espaço dos players portáteis, carregados de músicas em arquivos MP3. "Esses aparelhos não servem apenas para nos manter conectados, mas para podermos apreciar, da maneira mais prática possível, as diversas opções de entretenimento disponíveis", resume Brian Towne, vice-presidente da DTS, que ao lado de Dolby e THX é uma das empresas mais tradicionais em processamento de áudio digital. Na CES, a empresa californiana estreou o padrão "HeadphoneX", desenvolvido para melhorar a reprodução de música e filmes através de fones de ouvido.

        Assim como as plataformas de aplicativos, a estratégia é manter um serviço online de música com alta qualidade de gravação, que os usuários possam acessar a qualquer momento e nos quais tenham controle sobre suas playlists, além de poder trocar arquivos com outras pessoas. "Não será mais necessário usar um dock-station para plugar seu aparelho e baixar músicas", promete Towne. "Onde estiver, o usuário poderá entrar no serviço (cujo nome provisório é Play-Fi) e ouvir o que quiser, seja num fone comum ou num sistema de áudio modular em casa."

        A novidade da DTS é apenas uma das muitas demonstradas na CES 2014 para os entusiastas do áudio. Três entidades – CEA (Consumer Electronics Association), organizadora do evento, AES (Audio Engineering Society) e WiSa (Wireless Speaker and Audio Association) – aproveitaram o encontro de especialistas do mundo inteiro para divulgar pesquisas mostrando as mudanças de comportamento do público jovem, o maior consumidor de música digital. Por serem também os principais frequentadores de shows ao vivo, os usuários até 25 anos vêm percebendo que a qualidade do áudio nesses espetáculos é muito superior àquela que recebem em seus players portáteis.

        Um dos dados revelados é que, em 2013, os dois produtos mais vendidos pela indústria eletrônica em todo o mundo foram exatamente fones de ouvido e caixas acústicas portáteis. A partir daí, as entidades iniciaram uma campanha em favor do chamado HRA (High Resolution Audio), incentivando o consumidor a buscar equipamentos melhores. A campanha envolve, por enquanto, um grande fabricante de produtos de massa (Sony), os principais da área de fones de ouvido (Sennheiser, AKG, Bose, Audio Technica) e inúmeras marcas de áudio high-end (B&W, Marantz, Krell, McIntosh e Revel, entre outras).

        Com exceção de Bose e B&W, todas participaram da CES exibindo players, processadores e amplificadores de alta performance, mas agora adaptados ao mundo da música digital. Os chamados audio streamers são os sucessores naturais dos antigos CD players: podem reproduzir com maior fidelidade arquivos baixados da internet com resolução muito mais alta (para os especialistas, a referência nesse item é 96kHz/24-bit, em que é possível ouvir as gravações com sinal plenamente preservado).

Fonte: Home Theater